quinta-feira, 11 de outubro de 2012

Livros e até onde nos levam...Livro4 - O Caderno de Maya

O Caderno de Maya, leva-nos à descoberta de qual o motivo de uma fuga de uma adolescente que ainda muito nova já enfrentava problemas na sua vida. Desde muito cedo este livro leva-nos por uma aventura de tão complicada incisão na leitura, como anda para trás e para a frente, dificultando-nos a vida até à ultima pagina onde fica tudo ao descoberto, onde simplesmente os laços familiares são os mais fortes que possa haver e que se possam sentir por um familiar, principalmente vindo de uma avó que nos cuidou a maior parte da nossa infância, quando a mãe decidiu voltar as costas a Maya Vidal, e o seu pai, piloto aviador de uma companhia aérea  que raramente parava em casa, a não ser pelo Natal para estar com os familiares. Neste livro aprende-se a dar o verdadeiro valor, e a reconhecer quem está connosco nos momentos mais difíceis e quando mais precisamos da sua ajuda.

         «Tell me, what else should I have done?
          Doesn´t everything die at last, and too soon?
          Tell me, what is it you plan to do with your one wild and precious life?»

                                                               de:  Mary Oliver, The Summer Day

                         "Diz-me, que outra coisa deveria ter feito?
                           Não morre tudo um dia, e cedo de mais?
                           Diz-me, que planeias fazer com a única vida que tens, selvagem e preciosa."

Se pretendes comprar, ler ou estás a ler este livro, em baixo tens um breve resumo, por isso não é aconselhável para quem pretende alguma das três opções descritas no inicio desta frase.




 Se ao começarmos a leitura deste livro, na primeira página a nossa personagem principal, Maya Vidal já está a iniciar a sua fuga, sendo aconselhada e enviada para um local na América do Sul, pela sua Nini, como trata a sua avó, a mesma a recomenda a não falar com ninguém até terem a certeza que os inimigos de Maya já não a procuram. Depois ela inicia a sua apresentação, ao estilo de estar a escrever no seu diário este seria o 9ºdiário dado pela sua Nini, para que ela tentasse reconhecer os seus erros e mais tarde se lembrar e não voltar a errar. Ela faz a sua apresentação;
      - Chamo-me Maya Vidal, dezanove anos, sexo feminino, solteira, sem namorado por falta de oportunidade e não por esquisitice, nascida na Califórnia, com passaporte americano, temporariamente refugiada numa ilha do Sul do Mundo.  

 Depois ela continua com a sua apresentação faz uma breve descrição do seu passado falando mesmo e querendo dizer que a sua história de vida começa no Chile muito antes de ela nascer, com a sua Nini, pois ela não existiria se a sua avó, não tem emigrado para os Estados Unidos, para conhecer o seu avô, Popo, como ela o trata , vai dizendo que foi tudo muito bom , porque se não o seu pai também não teria conhecido a sua mãe, e como ela diz, "e eu não seria eu", depois Maya continua faz a sua descrição física, fala do seu cabelo que há vários anos não vê a cor natural do seu cabelo mas que pensa que é loira, os seus olhos azuis ou cinzentos, segundo a hora do dia. Diz já não ter aquele aspeto exótico como a sua avó chilota, fala do seu Popo - bem que segundo consta, não é o seu avô biológico mas sim o segundo marido da sua avó, mas para ela é como se fosse o verdadeiro, visto não conhecer o seu avô verdadeiro - Diz ser mais parecida com a sua mãe, nascida na Dinamarca, que haveria conhecido o seu pai em pleno voo comercial, pois ela também era funcionária de uma companhia aérea, mas como hospedeira. Demorou algum tempo até se concretizar o namoro entre ambos, mas Marta Otter acabaria por ceder talvez por estar gravida, mas acabaram por se casar, durando apenas 1 semana de união, esperariam 9 meses, até que Maya nasce-se, e passado alguns dias enquanto o pai de Maya andava pelos ares, a mãe Marta Otter, foi até casa dos sogros, e deixou Maya ao colo do seu avô, dizendo que iria para a Dinamarca, pouco tempo depois mandou por correio os papéis do divorcio, e como presente a renúncia à custodia da filha. 
 E a leitura passa a ser como que um tempo presente do seu relato no diário, contado no livro, levando-nos a nós leitores, à procura do motivo da fuga para tal lugar no fim do mundo. As primeiras páginas continuariam com o conto da sua viagem para o Chile, para uma ilha como que ela descreve de, "que o mar come a terra hás dentadinhas", viagem onde viria a conhecer Fakin(cão que ela própria daria nome, Fuck in dog "Fakin" experimentem dizer), um cão vagabundo e que a começou a perseguir durante a viagem e que não mais a abandonaria, iria acabar por chegar e saber onde ficava instalada, seria em casa de Manuel Arias, um velho conhecido da sua Nini. 
 A sua infância e adolescência viria a voltar às paginas e a ser contada... por ex.: A viagem com os avós, aos 8 anos até à Dinamarca para conhecer a sua mãe, onde quando chegou já se queria vir embora, e foi, acabariam por ir conhecer a Dinamarca ao invés de ficar com a sua mãe. Mais tarde viria a ser retratado a sua adolescência, onde na escola tinha as suas amigas como qualquer rapariga normal, o pior seria os seus estilos e por ai fora, onde quase competiam para ver quem era mais punk, quem bebia mais bebidas alcoólicas e quem consumia mais drogas, tudo isto numa noite, ou numa tarde de aulas, em que faltavam. 
 Escusado será dizer que foi acabar numa clínica para reabilitação de adolescentes. Foi tudo contra sua vontade, mas acabou por conseguir o bom aproveitamento no programa e permaneceu até que acabaria por planear uma fuga. Nessa fuga conseguiu chegar até à estrada que chegava a algumas cidade, onde acabou por apanhar boleia, e por pernoitar num Motel com um condutor de uma camião que lhe dera a boleia, e que a meio da noite amarrou-a e violou-a. 
 Depois disto tudo acabou no meio de Las Vegas, onde tudo iria ser pior do que ela pensava, porque o objetivo dela era chegar a casa da sua Nini, na Califórnia  Mas acabou por se ver envolvida numa rede mafiosa de trafico de droga, onde ela aceitou trabalhar a troco de alguns favores, como um quarto, idas ao ginásio, à piscina alguma droga, uma vida social de alto nível que só com o dinheiro da droga teria a possibilidade de ser realizada pelo seu gang , e pelo meio ela ia fazendo a distribuição pelos hotéis & casinos de Las Vegas, numa tentativa de dissuadir a policia por não ser conhecida das autoridades, até que se deu o verdadeiro golpe, e o gang começou a ser dissuadido, porque a parada era demasiado alta, a ganancia do dinheiro falou mais alto, começaram todos a querer apoderar-se do trono, onde alguns iam sendo mortos outros tentavam fugir, houve policias corruptos interessados neste esquema que se baseava em criar notas falsas, com chapas de alto pormenor de falsificação, quase de irreconhecível erro ou de uma perfeição única. As notas eram criadas através de umas chapas que tinham um molde com numeração, tudo criado ao pormenor. Mas a ganancia falou mais alto e Maya Vidal, uma das poucas pessoas do gang que restavam  e que sabia onde estavam as chapas e todos os materiais necessários para a falsificação das notas, viu-se com a policia às pernas e alguns bem corruptos, assim como membros do gang, estavam interessados nessas chapas. 
 Maya fez saber à policia que nada sabia contou a sua historia e que só queria chegar a casa da sua avó, e conseguiu que um Policia lá fizesse a tal chamada para que a sua Nini a fosse buscar a Las Vegas. No meio disto e porque andavam alguns membros do gang à procura das chapas e policias interessados também nas chapas e no seu valor, Maya viu-se na obrigação de contar tudo à sua avó, que imediatamente pensou em a enviar para o Chile, mas antes iriam destruir todas as provas que as chapas existiriam e mais algumas notas falsas já criadas, assim foi, com todo o cuidado foram ao local e enterraram e queimaram todas as provas,. Pensávamos nós que estaria tudo resolvido...     
 No Chile, voltando atrás em toda a historia, depois de toda a viagem inicial ela chegara a casa de Manuel Arias, e por lá ficara até ter a certeza que ninguém mais a perseguia, por ser ela a única pessoa viva a saber do local das chapas ou "saco x" como o gang lhe chamavam.
 No meio da sua estada no Chile, ouve um policia que com alguma investigação veio a saber onde Maya se encontrava e foi até à Ilha chilota de Chilóe, onde se viria a encontrar com Maya na tentativa que esta lhe disse-se onde se encontravam as placas para criar o dinheiro falso, no meio de um denso nevoeiro e de uma alta ravina Maya que ia ser atacada pelo policia corrupto, acabou por ser defendida pelo seu cão Fakin (granda Fakin e era coxo de uma das patas) que conseguiu assustar e empurrar o policia pela colina abaixo, morrendo de imediato quando aterrou no areal de uma praia. 
 No desenrolar da historia ainda há um imenso de contos de cultura chilota onde se fala do antigo ditador Pinoche, e das suas atrocidades aliás como qualquer Ditador. Maya veria mais tarde a saber alguns anos depois de seu Popo morrer de doença prolongada, que Manuel Arias era o seu verdadeiro avô, mas fez saber que este nunca iria ocupar o lugar deixado pelo seu Popo e no final depois de tudo resolvido a historia viria a acabar com sua Nini a contar que ainda tinha guardadas as placas que permitiam a falsificação de notas americanas. 
 Enfim uma aventura complicada de ler, onde temos que estar muito atentos aonde nos leva a autora do livro porque em demasiadas vezes andamos para a frente como para trás no tempo da acção e ficamos por vezes perdidos assim como a nossa personagem principal Maya Vidal.

Resumo do livro: O Caderno de Maya,
Texto de Ricardo Antunes
Imagens retiradas da Google Imagens



Os meus Parabéns à autora Isabel Allende,
pelo excelente livro que nos leva numa aventura única e quase nos põe com as suas palavras do lado de dentro da acção.

Isabel Allende nasceu em 1942 no Peru. Viveu no Chile entre 1945 e 1975, com largos períodos de residência noutros locais, na Venezuela até 1988 e, desde então, na Califórnia. Em 1982, o seu primeiro romance, A Casa dos Espíritos, converteu-se num dos títulos míticos da literatura latino-americana. Seguiram-se muitos outros, todos eles êxitos internacionais. A sua obra está traduzida em 35 línguas. Em 2012 foi galardoada com o Prémio Nacional de Literatura do Chile.

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